sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

HISTÓRIAS DA BOLA !!!



O DEBATE DA TV CULTURA-SP QUE QUASE TEVE TROCA DE SOCOS ENTRE JOÃO SALDANHA E ARMANDO MARQUES



       João Alves Jobin Saldanha, nascido no Alegrete, em três de julho de 1917 , e que morreu em plena atividade jornalística, em Roma, em 12 de julho de 1990, em plena Copa da Itália, foi um dos mais importantes jornalista e que conseguiu a faça de, além disso, ser treinador de renome no futebol brasileiro. Coisa raríssima, aliás. No final dos anos 90, Washigton Rodrigues, o Apolinho, comentarista carioca, também treinou o Flamengo, mas por pouquíssimo tempo, e sem alcançar 1% do prestígio, na casa-mata, do que o nosso gaúcho do Alegrete. Quem não lembra das "Feras de Saldanha", a seleção brasileira das eliminatórias da Copa do México, e ainda, as vezes em que treinou seu time do Coração, o Botafogo.
       Já Armando Marques, foi um dos mais controvettidos e discutidos árbitros da história. Pois houve uma ocasião em que Armando Nunes Castanheira da Rosa Marques e João Saldanha se cruzaram num programa de TV, e isso só, já era prenúncio de engresilha. E foi o que deu.
       João Saldanha era o que, hoje chamariam de "homofóbico". Cara meio efeminado não chegava perto dele, que fazia, mesmo na "Cidade Maravilhosa", o estilo "machão gaúcho" Uma das maiores mágoas de Saldanha, dizem, é que seu filho, de mesmo nome, optou pelo balé ao invés do futebol. É, aliás, hoje como professor, um dos maiores nomes da dança no Brasil. João Saldanha "Pai", nunca aceitou a escolha do filho.
       Armando Marques, era, digamos, pelos trejeitos, "meio colunão do meio", mas, discretíssimo no dia-a-dia. No futebol, ao apitar, "soltava-se um pouco mais". Dizem que era apaixonado, bem mais tarde, como diretor de arbitragem, pela "qualidade" do nosso árbitro gaúcho, o bonitão Leonardo Gaciba.
       Pois bem, mas , voltemos ao ano de 1986, alguns meses antes da Copa do México. Um debate na TV Cultura, de São Paulo, reunia algumas personalidades do mundo esportivo, entre as quais, João "Sem Medo", como era também conhecido João Saldanha e Armando Marques.
       Lá pelas tantas, surgiu no debate, a Copa da Inglaterra, 20 anos antes, e o famoso erro do bandeirinha soviético Tofik Bakramov, que foi, senão o único, um dos poucos que viu a bola passar da risca do gol, validando o gol da Inglaterra contra a Alemanha, dando o título para os britânicos, o único, até hoje, aliás. Pois, se comentava que teria faltado coragem ao soviético para abular, pela pressão, enfim. Armando Marques pediu a palavra e disparou, enfático, como sempre:
-Pra mim não há dúvida. O que faltou para esse bandeirinha foi coragem. Tivesse eu lá, eu teria anulado. Comigo não tem esse negócio de pressão, coisa nenhuma.
Não tinha terminado de falar, ainda, e foi atravessado por Saldanha:
-Olha aqui o Armando, que não te conhece que te compre. Tu não não sabe nem contar até cinco, fizesse aquela baita cagada na decisão do Paulistão, e vem com essa conversinha. Há para meu, vai atochar pra outro comigo não....
Tiveram que cortar o microfone dos dois, de tanta ofensa, palavrão, e mútuas ameaças, além de quase irem para o pugilato.
       Saldanha se referia a um dos maiores erros já cometidos por um árbitro brasileiro. Foi em 1973, na final do Campeonato Paulista, quando encerrou a cobrança de pênaltis com o Santos vencendo por 2x0, mas ainda com possibilidade de empate por parte da Portuguesa de Desportos, pois restavam duas cobranças.
        O erro causou a divisão do título do Campeonato entre os dois clubes, já que a Portuguesa fez o que o São Caetano deveria ter feito na Copa João Havelange em 2000, na decisão contra o Vasco, em 30 de dezembro de 2000, quando desabou parte do alambrado de São Januário. Pois, ao contrário do São Caetano, que aceitou jogar numa outra data, a Portuguesa, ainda foi chamada para voltar ao campo, mas não aceitou. Sabia que, no mínimo, ia dividir o título, tal qual, com certeza, teria acontecido coo o "Azulão". Mas ai já é uma outra história...


Rogério Bohlke

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